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«a
música não é silêncio, mas é o silêncio da alma» |
Sinfonia nº 1
«as
estrelas estão longe e nós aqui »
(para orquestra de cordas)
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Sinfonia nº 2
«6 movimentos para a celebração de um solsticio»
(para orquestra de cordas e percussão)
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Sinfonia nº3
«crianças no recreio das 10h30»
(para clarinete e orquestra de cordas) |
Sinfonia nº 4
«azul profund»
(para orchestra sinfónica)
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A
escrita desta sinfonia para orquestra de cordas, deveu-se aos seguintes
factos: gosto
de observar as estrelas, pelo estranho encanto, pela intempora- lidade,
é uma espécie de exaltação, alegra a
alma e abre a mente
para o imaginário e a paz de espirito. Assim,
numa noite de observação poética, tive a ideia de escrever uma
sinfonia em 3 partes com andamentos lentos, que transmitisse a plenitude
desses sentimentos abstractos . Comecei
a escrever a sinfonia em 17 de Setembro de 97 e acabei no dia 10 de
Outubro do mesmo ano. Numa
escritura simples, compus, sem planos definidos, quase aleatoriamente,
seguindo indutivamente o rumo das notas que ia apontando, uma música
horizontal, melódica, interior, serena, uma viagem e envolvência
nocturna que me deu o imenso prazer da criação. O
nome, «as estrelas estão longe e nós aqui», é uma espécie de koan,
que talvez transmite a necessidade da interligação cósmica ,que todos
nós, numa altura ou outra da vida, sentimos e mesmo precisamos.
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A
Segunda Sinfonia,«6 movimentos para a celebração de um solsticio», para cordas e percussão , foi composta a partir de material rítmico
da música cabo-verdiana tradicional: Coladeira, S.Jõm, Funáná,
Mazurca e, nos curtos andamentos mais lentos, da alma da Morna . São
movimentos com células pulsativas,
em espiral «bachiana», dançantes, rituais, contendo as
harmonias simbólicas dos temas citados. Uma
sinfonia que celebra o solsticio de inverno : em Cabo Verde, o mês de
Dezembro, quando não sopram os ventos do deserto do Sahara que
transportam a areia que escurece o céu e os montes, é uma das épocas
mais transparentes, de luz azul intensa, de Sol temperado, com
sombras nas montanhas pronunciadas, que realçam os magníficos
relevos dos vales, das colinas. Por outro lado é o mês de mar calmo. E
das primeiras flores de aloés vera, buganvílias e flores amarelas á
beira-mar. Eis a temática desta sinfonia: a celebração da natureza, da terra e das forças cíclicas, e da sucessão dos solsticios de inverno , a dança como generosidade ritual e expansiva, a rítmica gestual própria de um povo atlântico habitando ilhas vulcânicas
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A 3ª sinfonia, para clarinete e orquestra de
cordas é inspirada no seguinte: há mais de dez anos, na zona Monte Sossego,
na ilha de S.Vicente, de manhã, enquanto trabalhava, ouvia as crianças
no recreio, numa escola a poucos metros de distancia. Embora já tivesse
mudado de casa três vezes, fiquei sempre na mesma zona, ou numa zona em
que ouço há mesma hora o mesmo chilreio optimista e alegre. Abro a
porta do meu local de trabalho, e deixo que esta música de fundo entre
em casa de modo a ter uma efusão de vida e de energia infantil. Esta sinfonia foi concebida ao longo de
algumas semanas, composta de material disperso. Escolhi o clarinete por
me parecer um instrumento ao mesmo tempo melancólico e cheio de uma
alegria intimista e serena, o que produz um efeito nostálgico e
misterioso. Composta em três andamentos curtos,
despreocupados, serenos e melódicos, tem essencialmente uma inspiração
nas melodias da morna e no refrão das vendedeiras de peixe, que
constantemente passam , dando ao ambiente uma nova vibração positiva, embora
escondam também uma certa melancolia .
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A 4ª Sinfonia, «azul profund», deveu-se a uma ideia de há já muitos anos: compor um longo andamento de 20 minutos de música horizontal, em que pouco se repetiriam frases ou células melódicas, e com carácter evolutivo. Um vasto fresco inspirado da Morna, com o jogo progressivo de entrada de instrumentos até a partes curtas de massas sonoras convincentes. Transmitir nesta Sinfonia os sentimentos profundos que os grandes mornistas de Cabo Verde sabem tão bem exteriorizar. Digamos que é uma viagem expressiva na Morna, e, filosoficamente, uma espécie de perplexidade face ás causas e efeitos da vida .
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Vasco Martins trabalha actualmente a 5ª Sinfonia «com
o oceano
no coração» versão 1 (para orquestra da câmara) |
«Danças
de Câncer» (para
orquestra sinfónica) Vasco Martins estuda a música de Cabo-Verde há muito tempo. O resultado desse estudo encontra-se de maneira mais acentuada, na sua obra «Danças de Câncer», composta na ilha de S.Vicente, entre 1989 e 1992. O artista utilizou as suas pesquisas musicológicas, escolhendo uma escrita "clássica", na qual se pode encontrar quase todas as estruturas rítmicas das diversas expressões musicais de Cabo-Verde : Batuque, Tabanka, Mazurka, canção Blimunde, S.Jõm, Morna, Coladeira, Funáná… «Danças
de Câncer» também reflecte o ambiente destas ilhas atlânticas:
as paisagens grandiosas e desérticas, a imensidão do oceano, a alegria
das festas rituais, a melancolia da Morna… Se
numerosos compositores dos países do Norte há muito tempo «exploram»
o universo musical dos países do Sul, a criação de uma obra
essencialmente sinfónica de um compositor oriundo de um dos países
mais deserdados, constitui um acontecimento que não pode passar
despercebido. Martin Becker
Primeiras
apresentações públicas: Universidade
de Paris 8, Dez.93 Festival
38éme Rugissants/Grenoble, Dez. 93 Les
Halles l'Auditorium/Paris, Março 95 Para
adquirir o CD: http.//www.melodie.fr http://www.mediaport.net/Music/Artistes/vasco
martins/index.fr.html CD editado em França, pela Melodie, Orquestra Futurs Musiques, com a direcção de Denis Gautheyrie |
Outras obras musicais de Vasco Martins
«Deserto Subtil» para guitarra, em 6 temas - pauta do 1º tema «hora
di bai» /(B.Léza) para orquestra de cordas / 5 mn «quinto
mundo» para orquestra de câmara / 12 mn «lágrimas
na paraise» para côro misto, vozes solistas, sintetizadores e
percussão / 60 mn «om»
para voz soprano, côro de baixos e orquestra de câmara / 10 mn «canto
caboverdiano 6»(c/poemas de Baltazar Lopes) para voz soprano e
guitarra / 5 mn «pessoa
em pessoas» (c/poemas de Fernando Pessoa) para mezzo soprano e 2
violoncelos / 38 mn «a la
recherche de l’innocence»(c/poemas de Paul Eluard), 4 vozes e
ensemble «os
elementos» para oboé, alto, contrabaixo e piano / 20 mn «aZuR»
para quarteto de cordas / 16 mn «canto
caboverdiano 4» para quinteto de madeiras / 5 mn «metafisica»
para 2 violoncelos / 4 mn «canto
caboverdiano 6» para quinteto de cobres / 6 mn «obras diversas para guitarra
/ 40 mn «solsticio»
para flauta / 6 mn «elegia»
para violoncelo / 7 mn «piramides»
para orgão / 6 mn «espáce móda cêu» para piano/ 60 mn «al-I-ató-rIo»
para piano /10 mn Partitura com cifras, da Morna «Filosofia», cantada por Herminia, no CD «Coraçon Leve»
Vasco
Martins tem vários projectos para concertos: «manobras
de quietude» para guitarras acústicas e udus «in-out»,
guitarras eléctricas, trio de smooth jazz «ApEiRoN»,
para teclados e percussão «kalavinka»,
para quarteto(bateria, percussão, baixo, sintetizadores, piano,
guitarra acústica) «espáce móda cêu» para
piano solo
Outros
concertos já efectuados por Vasco
Martins: Expo
98/ Lisboa, Encontros
Acarte-96/ Lisboa, Radio
Luanda/Angola, Theatre
Clavel /Paris, Dunya
Festival/ Rotterdam, Universidade Paris 8,
L'Auditorium Les Halles/ Paris,
Maison de la Culture/ Dakar,
Festival 38éme R./Grenoble …
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